O especialista Márcio Coutinho frisa que a prestação de contas eleitorais é uma das etapas mais relevantes no processo democrático brasileiro, pois assegura a transparência das campanhas e o controle social sobre a origem e o destino dos recursos utilizados pelos candidatos. Além de ser uma exigência legal, esse procedimento contribui para legitimar o mandato daqueles que assumem cargos públicos, fortalecendo a confiança da sociedade nas instituições.
Natureza jurídica e finalidade da prestação de contas
A prestação de contas possui natureza eminentemente pública e está prevista na legislação eleitoral como condição indispensável para a regularidade da candidatura. O objetivo é permitir que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os Tribunais Regionais Eleitorais fiscalizem se os recursos arrecadados e gastos pelos candidatos estão de acordo com os limites legais e as normas aplicáveis.
Nesse contexto, a Justiça Eleitoral analisa documentos, comprovantes e registros financeiros apresentados pelas campanhas, verificando eventuais indícios de irregularidades ou gastos não declarados. Esse controle rigoroso busca evitar o abuso do poder econômico, proteger a igualdade na disputa eleitoral e garantir a moralidade administrativa.
Consequências do não cumprimento das obrigações legais
Márcio Coutinho explica que a omissão na prestação de contas ou a apresentação de informações falsas podem trazer sérias consequências ao candidato e ao partido. Entre as penalidades previstas estão multas, suspensão do recebimento de recursos do Fundo Partidário e, em casos mais graves, a não diplomação do candidato eleito ou a cassação do mandato.
Ademais, irregularidades graves podem dar origem a ações judiciais específicas, como a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ou a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), capazes de comprometer não apenas o resultado das eleições, mas também a estabilidade política do mandato conquistado. Para o advogado, tais repercussões demonstram a relevância da prestação de contas como instrumento de controle e proteção do sistema democrático.

Controle social e papel dos órgãos de fiscalização
Além da fiscalização exercida pela Justiça Eleitoral, Márcio Coutinho observa que a sociedade civil e os órgãos de imprensa desempenham papel relevante no acompanhamento das contas eleitorais. O acesso público às informações permite que cidadãos, partidos adversários e organizações da sociedade analisem os relatórios financeiros, contribuindo para a detecção de possíveis irregularidades.
Sob essa perspectiva, o controle social atua como complemento ao trabalho dos tribunais, pressionando por maior transparência e ética na condução das campanhas. Para o advogado, o engajamento da sociedade nesse processo é um dos pilares que sustentam a confiança pública nas eleições e inibe práticas ilícitas que possam comprometer a legitimidade dos resultados.
Complexidade técnica e necessidade de assessoria especializada
A legislação que rege a prestação de contas é complexa e exige conhecimento técnico específico. Márcio Coutinho ressalta que detalhes como classificação correta de despesas, observância dos limites legais e correta emissão de recibos eleitorais são aspectos que demandam acompanhamento profissional para evitar erros que possam ser interpretados como irregularidades graves.
Nesse sentido, a atuação de contadores, advogados e assessores jurídicos especializados é fundamental para garantir que as contas sejam elaboradas e apresentadas dentro dos padrões exigidos. Adicionalmente, a organização prévia e a manutenção de registros atualizados durante toda a campanha são medidas essenciais para assegurar a tranquilidade do processo de prestação de contas.
Prestação de contas e legitimidade do mandato
Além de obrigação legal, a prestação de contas está intimamente ligada à legitimidade do mandato conquistado nas urnas. Márcio Coutinho frisa que candidatos que conseguem demonstrar a lisura de suas campanhas reforçam a confiança do eleitorado e afastam qualquer suspeita sobre eventual uso indevido de recursos ou práticas ilícitas.
Ele conclui que, diante do rigor cada vez maior da Justiça Eleitoral, é imprescindível que candidatos e partidos assumam a prestação de contas não apenas como um ato burocrático, mas como compromisso ético com a democracia. Para Márcio Coutinho, a transparência financeira é instrumento indispensável para garantir eleições limpas, proteger a vontade popular e consolidar a legitimidade das instituições políticas.
Autor: Kirill Dmitriev
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