Corrida pela Presidência da Câmara: Alinhamento com o Governo é Ponto Crucial

Rodrick César Donato Lima
Rodrick César Donato Lima

A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, marcada para fevereiro de 2025, já movimenta o cenário político em Brasília. Três candidatos se destacam na corrida: Antonio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB). Um levantamento da GloboNews revela como cada um deles se posicionou em relação ao governo nas votações de 2023 e 2024, um fator que pode ser decisivo na escolha do novo presidente da Casa.

O alinhamento dos candidatos com o governo é crucial por duas razões principais. Primeiro, um presidente da Câmara aliado ao governo facilita a aprovação de pautas importantes para o Palácio do Planalto. Segundo, o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, é visto como um fiel da balança na disputa, e é esperado que apoie um candidato mais próximo do governo. Até o momento, o PT não declarou apoio oficial a nenhum dos candidatos.

O levantamento comparou os votos dos candidatos com os do líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). Antonio Brito mostrou-se o mais alinhado, com 92,49% de correspondência em 213 votações. Hugo Motta seguiu com 80,88% de alinhamento em 251 votações, enquanto Elmar Nascimento foi o menos alinhado, com 77,1% de concordância.

Nos bastidores, Brito é visto como o candidato mais amigável ao governo, enquanto Elmar é considerado o mais distante. Todos os três candidatos pertencem ao Centrão, um bloco de centro-direita cujas posições frequentemente divergem das do PT. Em votações cruciais, como a demarcação de terras indígenas e a desoneração da folha de pagamento, os três candidatos se afastaram das posições do governo.

A comparação com o líder da oposição, Filipe Barros (PL), mostra menor semelhança nas votações. Elmar Nascimento é o mais próximo de Barros, com 46,47% de concordância em 99 votações. Hugo Motta e Antonio Brito têm 44,57% e 37,13% de alinhamento, respectivamente, em suas votações.

Na busca por apoio, os candidatos intensificaram reuniões com ministros do governo. Hugo Motta lidera com 38 encontros, seguido por Antonio Brito e Elmar Nascimento, ambos com 30 reuniões. As reuniões visam fortalecer laços e garantir apoio político, essencial para a eleição.

A eleição para a presidência da Câmara será decidida em votação secreta no início de fevereiro de 2025. A expectativa é que o resultado seja definido ainda no primeiro turno, refletindo a complexa teia de alianças e interesses que permeiam o Congresso Nacional.

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